31 março 2010

Emissões de carbono

Greenpeace: cloud computing aumenta emissões de carbono


Um novo relatório do Greenpeace adverte que o crescimento da computação em nuvem será acompanhado por um forte aumento das emissões de gases com efeito estufa, e convida as grandes empresas, como Facebook, Yahoo e Google, a fazer mais para ajudar o meio ambiente.

"A nuvem está crescendo em um momento cujas alterações climáticas e a redução na emissão de gases tornou-se uma preocupação primordial", diz Greenpeace em relatório divulgado na terça-feira (30/3). "Com o crescimento da nuvem, entretanto, vem um aumento da procura de energia", acrescenta.


De quanto é esse aumento? O Greenpeace admite que é difícil calcular, mas estima que a energia elétrica consumida pelos centros do mundo de dados e redes de telecomunicações - o que chama de "os principais componentes de computação baseados em nuvem" - irá triplicar entre 2007 e 2020.

As grandes empresas de internet estão trabalhando duro para melhorar a sua eficiência energética, o que ajuda a reduzir seus custos operacionais.Mas, segundo a entidade, eles ainda irão escolher centros de dados, valendo-se do sentido mais comercial, mesmo que isso signifique usar "energia" suja "a partir de plantas a carvão".

O relatório, intitulado "Make It Green: Cloud Computing e a sua Contribuição para a Mudança Climática", toma como ponto de partida o lançamento do IPad Apple. O Greenpeace chama o IPad de "um prenúncio do que está por vir", no sentido de que o seu objectivo principal é fazer o download de vídeo, música e livros de serviços baseados em nuvem.

Não é a primeira vez que o Greenpeace tem chamado a atenção para o uso de energia em data centers. Além do mais, o grupo ambientalista parece disposta a sensibilizar os consumidores sobre onde os seus serviços de Internet vêm.

Recentemente, o Greenpeace lançou uma campanha contra o Facebook, sobre sua decisão de construir um centro de dados em Prineville, Oregon, que utilizará partes de carvão na captação de energia. Em seu relatório, a entidade contrastou o caso da rede social com uma decisão feita pelo Yahoo, que está construindo um centro de dados em Nova York, e que usará principalmente energia hidrelétrica.

O Facebook afirmou que o clima do Oregon permite o uso de um tipo de refrigeração de ar fresco que elimina a necessidade de equipamentos de refrigeração pesada. A empresa também enfatiza que nunca escolheu executar o seu centro de dados utilizando energia do carvão.

O Facebook se defendeu em declaração ao site Data Center Knowledge no mês passado dizendo que não existe datacenter movido a carvão ou a energia hidrelétrica. Segundo um porta-voz do portal, os datacenters plugam equipamentos no sistema interconectado do fornecedor de energia, que produz eletricidade de diversas maneiras.

Tanto o Google quanto a Microsoft vêm realizando um trabalho de educação sobre como reduzir seu consumo de energia. Ano passado, o Google ainda propôs um plano (3,7 trilhões de dólares) de 20 anos para reduzir a dependência dos EUA dos combustíveis fósseis.

Ainda assim, o Greenpeace quer que as empresas de internet façam mais em pró do fornecimento das energias renováveis disponíveis, e que ignore o aumento da demanda por meio de escolhas sobre onde localizar novos centros de dados ou por pressões políticas.

"A última coisa de que precisamos é de mais infraestrutura em nuvem construída em locais onde isso represente alta na demanda por energia suja acionada a carvão", finaliza o Greenpeace, cujo argumento é o de que as empresas da web deveriam ser mais cuidadosas quanto aos locais em que constroem suas centrais de dados e deveriam intensificar a pressão em Washington por energia mais limpa.



Fonte

0 comentários: