O acesso sem fio à internet deixou de ser luxo reservado a poucos. É gratuito em cafés, parques, cadeias de fast food, acampamentos e postos de gasolina. Mas em alguns lugares os viajantes ainda pagam por acesso Wi-Fi, e talvez em nenhum outro lugar isso seja tão incômodo quanto em um quarto de hotel de primeira linha.
Embora muitos dos hotéis econômicos e médios tenham em larga medida desistido de cobrar os hóspedes por acesso Wi-Fi, em alguns dos hotéis mais luxuosos essas tarifas persistem, em geral a preços de US$ 9,95 a US$ 19,95 por dia.
Nos hotéis Aloft, da Starwood's, por exemplo, o acesso é grátis. Na W Hotels, também controlada pela Starwood's, o serviço custa entre US$ 12,95 e US$ 16,95 por dia. A disparidade há muito incomoda os viajantes. Mas em uma situação econômica como a atual, e especialmente com a redução nos orçamentos de viagem das empresas e com a busca de pechinchas pelos viajantes de lazer, parece especialmente absurdo ter de pagar pelo uso de internet no quarto de um hotel.
"Até onde sei, essa é uma das taxas de hotelaria que mais irrita os hóspedes", disse Randall Sempler, advogado de Nova York que viaja bastante a negócios. A tarifa é "exorbitante", ele acrescentou, se considerado o tempo que ele em geral passa conectado para verificar e-mails ou usando a internet. "Ela deveria ser incorporada à diária, como o custo da eletricidade".
Muitos hóspedes concordam. O acesso gratuito à internet no quarto foi considerado como a mais procurada amenidade em uma pesquisa nacional envolvendo 800 viajantes de alta renda, conduzida em agosto de 2008 pela Ypartnership, uma empresa de marketing de viagens em Orlando, Flórida. O acesso superou até os televisores de tela plana e as camas luxuosas.
Uma pesquisa com 6,3 mil pessoas em 10 países, conduzida em janeiro pela Synovate, constatou que 47% dos entrevistados procuram por hotéis que atendam suas necessidades tecnológicas, antes de fazerem reservas, e o acesso sem fio é uma das prioridades quanto a isso.
"Estamos descobrindo que ter acesso à internet no hotel não é mais uma conveniência, mas uma expectativa", disse Sheri Lambert, vice-presidente sênior de pesquisa de lazer e viagens da Synovate. "Os viajantes, de lazer ou negócios, precisam estar conectados".
Os hotéis baratos, que vêm oferecendo acesso Wi-Fi gratuito já há algum tempo, cada vez mais chamam a atenção para esse serviço como forma de se destacar ante os hotéis mais dispendiosos, à medida que os viajantes passam a procurar por vantagens de preço em meio à recessão.
A Element, a nova cadeia de hotéis para estadias longas da Starwood's, vem destacando seu acesso Wi-Fi gratuito em campanhas locais de publicidade de hotéis inaugurados recentemente em Las Vegas e Lexington, Massachusetts. A Homewood Suites, do grupo Hilton, vem veiculando um anúncio que menciona "todos os pequenos adicionais que de outra maneira consumiriam sua verba de despesas", a começar por acesso de alta velocidade à internet.
Reconhecendo esse ressentimento, alguns poucos dos hotéis mais caros começaram a eliminar as tarifas por acesso à internet ¿ ao menos para alguns de seus hóspedes.
A rede Hyatt anunciou no mês passado que deixaria de lado a tarifa por acesso à internet dos membros diamante e platina de seu programa de fidelidade. Em março, o luxuoso Liberty Hotel, em Boston, eliminou a tarifa de acesso de US$ 10,99 ao dia e começou a oferecer conexões Wi-Fi gratuitas em todo o estabelecimento.
Mas alguns hotéis optaram pelo caminho oposto. A Thompson Hotels, uma cadeia de hotéis de luxo que anteriormente usava a oferta de Wi-Fi grátis como forma de publicidade, começou a cobrar tarifa de acesso de US$ 10 ao dia, alguns meses atrás. "As diárias de todos os hotéis caíram", disse Jennifer Walters, relações-públicas do grupo, "e por isso alguns serviços que não afetam todos os hóspedes tiveram de ser alterados ¿ um dos quais o acesso Wi-Fi. Nem todos os hóspedes o utilizam, de modo que inclui-lo gratuitamente na diária deixa de fazer sentido quando os consumidores estão em busca das tarifas mais baixas".
No entanto, de modo geral os hotéis parecem estar abandonando as tarifas de acesso. Agora, 15% dos hotéis cobram os hóspedes por acesso à internet, ante 22% em 2004, de acordo com pesquisa da Associação Americana de Hotelaria e Hospedagem no final de 2008. As casas que ainda tendem a cobrar são hotéis de luxo, 49% dos quais ainda têm tarifas por acesso à internet, ante apenas 16% das casas econômicas. Dos hotéis de diárias médias, apenas 5% cobram por acesso à internet.
Algumas das grandes redes que cobram por acesso Wi-Fi nos quartos oferecem conexões gratuitas nos saguões, mas os viajantes dizem que isso não é a mesma coisa.
"Todo mundo precisa fazer fila na sala de computadores, e o saguão do hotel vira um cibercafé, o que não é nada atraente", disse Kevin Leibel, presidente de uma companhia de estratégia de marca em Chapel Hill, Carolina do Norte.
Tradução: Paulo Migliacci ME
The New York Times
Terra
1 comentários:
Eu tb concordo com isso,axo q todos os quartos de hoteis deveriam ter internet de graça,isso ajudaria bastante
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